da luz circundar

muitos ágeis insetos

hão de se acabar

(des)temperado
é acre o escorpião-vinagre
quando incomodado

acético ácido

-ágio do uropígio

se molestado

signo zodiacal
oitava constelação
vil escorpião

tanquase

( anoite passou
entre dores e medos...)

levanto cedo
e abro a janela
: o dia me espera!

sidnei olivio

com facho intermitente

no escuro campo, flameja o pirilampo

- proposta indecente?!

Hipócritas? Deplore!
aéticos ferem cépticos
ab imo pectore

Medita a vida
que dita tua conduta
como se vida fosse

Aranha matreira
sem eira nem beira
não salta...esgueira

???!!!

num momento mágico
dourada luz polarizada
realça desfecho trágico

Seres alados
migrantes iridescentes
multivariados

voando ou planando
Ícaros aprovados

enquanto o boi berra no matadouro

o galo canta acordando o dia

:

não há palavras para dor e alegria.

Furnarius rufus: joão-de-barro

como ninho
à aquecer seus ovos
belo forninho

Filha dos campos
esposa de macho choco
és sul-americana

ema pernalta corredora
és Rhea americana

Tapirus terrestris

Na fuça da anta
hilário e necessário
servem-se da planta

Chloroceryle amazona: martim-pescador-verde

rasantes vôos
vulto esverdeado
peixes alarmados

Megaceryle torquata: martim-pescador-grande

grande martim
robusto bico reto
apressa o fim

Chloroceryle americana: Martim-pescador-pequeno

mergulhos tantos
o jorro d’água relaxa
poleiro de encantos

leve borboleta

do vôo aleatório

ao pouso xereta

No solo úmido
belas borboletas
retiram sais

Saíra-de-chapéu-preto (Nemosia pileata)

chapéu preto, normal
:no empertigado macho

- fêmea menos formal

Pombas V: Columba livia

pomba da paz
povos e continentes novos
pudesses, voltarias atrás?

Pombas IV: Patagioenas picazuro

muita destruição
matas desprotegidas
fuja pombão

Pombas III: Columbina squammata/rola-cascavel

Cuidado! Cascavel?
chocalhada forte de asas
:pombinha no céu

Pombas II: Zenaida auriculata

desmatamentos
que duro futuro terão
teus rebentos

Pombas I: Columbina talpacoti

caldo-de-feijão
que gozado nome dado
haja inspiração!

a vida a gente inventa

: uma dose de otimismo

e outra de paciência.

práxis

Aprendi, na dor da espera,

a ruminar a ansiedade.

A vida reverbera com a idade.

aprendiz do futuro

recomponho no presente

os arrependimentos do passado

: a vida é um (eterno) rascunho!

Metabólico

como que de pijama
a lagarta armada mudanças aguarda
:fim das andanças (voar é preciso)

Didelphis

gambá acuado
perseguido...caçado
:rabo dilacerado

desejos implícitos

uma pena ainda

(re)voa

nas asas do vento

tentativa de caça em três atos e dois gatos – 3º ato

antes do remate
arisca ave arrisca
esperar o bote

Gatos são animais de estimação. Estimá-los corresponde a mantê-los, em boas condições de higiene e saúde, em ambiente doméstico ou em abrigos apropriados. Mantê-los em ambientes naturais resulta em desequilíbrio da fauna silvestre e da sua própria população.
Aves como essa, são silvestres. Devemos preservar o pouco que temos de árvores e áreas vegetadas para possibilitar sua manutenção na natureza.

tentativa de caça em três atos e dois gatos – 2º ato

dissimulada
- é sinuosa a aproximação
à presa esperada

tentativa de caça em três atos e dois gatos - 1º ato

Na espreita
felinos miram instintivos
potencial presa

reticuladas
asas que não se fecham
sempre armadas

saltatório

O gafanhoto chichia

pela sina de maldito:

praga caída no Egito

Coryphospingus cucullatus

já entronizado?
ei, tinto tico-tico-rei
belo coroado!

Obs. Foto selecionada para compor o calendário 2011 (mês de junho) da Sociedade Brasileira de Zoologia.

SABIÁS VI. Mimus saturninus

asas lampejando
belo sabiá campestre
e seus encantos

Obs. Embora chamado de sabiá-do-campo, essa espécie pertence à família diferente (Mimidae) da dos demais sabiás (Turdidae).

SABIÁS V. Turdus flavipes

sabiá-una elegante
encanto no suave canto
cores contrastantes

SABIÁS IV. Turdus albicolis

canta ao meio do dia
sabiá-de-coleira
assustado, mia

SABIÁS III. Turdus amaurochalinus

de bico amarelo
deixe muitos herdeiros
pássaro belo

SABIÁS II. Turdus leucomelas

folhas secas, raízes e lama
sabiá-de-cabeça-cinza
no barranco faz a cama

enquanto o boi berra no matadouro

o galo canta acordando o dia

: não há palavras para dor e alegria.

SABIÁS I. Turdus rufiventris

sabiá-laranjeira
vero símbolo brasileiro
nas matas e pomares gorjeia

água cadente.

água corrente.

lixo na rua: enchente.

Chlorophonia cyanea

brasileirinha
cores do pendão da nação
bandeirinha

a cor da maçã

a serpente sibila no Éden

cochicha a Eva

no cochilo de Adão

Trichothraupis melanops

pássaro belo
máscara preta na cara:

tiê-de-topete amarelo

Cyanocorax caeruleus

canto estridente
gralha-do-campo ralha
ao sol poente